Carlos Mumic

Carlos Mumic nasceu no ano de 1881, no dia 21 de outubro, em Seelze, província de Trieste, comarca de Goritzia, quando essa região fazia ainda parte do Império Austro-Húngaro.

Em 1896, seus pais Thomas Mumic (nascido em 1850) e Joanna Bostijancie , vendo a crise econômico-social avolumar-se e alastrar-se em toda a Europa, consentiram que o filho imigrasse para o Brasil. Carlos estava com 14 anos e, sem grandes perspectivas na Europa, queria e esperava algo mais da vida. Animado pela propaganda que vinha de além-mar sobre o novo país – Brasil -, tão rico, tão promissor e, além de tudo com um clima tropical que livrava as pessoas da penúria do inverno, decidiu se alistar como imigrante acompanhando uma família italiana amiga.

Chegando ao Brasil, foi designado para trabalhar numa fazenda perto de Piratininga. E lá ficou por algum tempo. Mas o trabalho era penoso demais para o jovem de 14 anos que não vendo outra alternativa, resolveu sair furtivamente do local em que trabalhava.

Tendo chegado ao Brasil com 14 anos de idade, Carlos já havia concluído o ensino elementar na escola na Áustria. Inteligente, ambicioso e cheio de energia, vislumbrava outras oportunidades no país que o acolhera e onde sonhava ter uma vida diferente.
Vagando de um lado para outro, executando um trabalho aqui e ali por anos consecutivos, chegou a Jaboticabal, onde conheceu um italiano – Jorge Bottero – do qual se tornou grande amigo.

Tanto Jorge quanto Carlos conseguiram serviço em um curtume. O trabalho consistia em ir aos campos para extrair a casca de barbatimão que era usada para curtir couros. Trabalho penoso e árduo, pois tinham que permanecer acampados no meio da mata, sem nenhum conforto, por grandes períodos. Mas o esforço lhes rendeu algo muito importante: aprenderam como curtir couro.

Carlos continuava tendo contato com o pai na Áustria. Por cartas ficou sabendo da morte da mãe em 1912; posteriormente, dos irmãos que lá havia deixado.

A saudade da terra natal tão distante, e a dificuldade para se adaptar aos costumes e à língua portuguesa, faziam com que os imigrantes se reunissem constantemente formando uma espécie de “sociedade dos imigrantes”. E os casamentos que aconteciam acabavam sendo entre os próprios patrícios. Foi assim que Carlos e Francisca se conheceram e, depois, se casaram.

Foto histórica mostrando Carlos Mumic, família e amigos num dia de festa do Cortume Santa Cruz.